O Oscar Para Melhor Filme Estrangeiro Foi Para…
O Cinema brasileiro nos encheu de orgulho em 2025, fruto de um trabalho de retomada pela ressignificação da cinematografia brasileira, por contar nossas histórias e narrativas que a muito tempo procura um espaço na indústria cinematográfica mundial. Diversos profissionais migraram para Hollywood para encontrar um caminho e colocar o Brasil no Cinema Internacional. Nomes como Sonia Braga, Alice Braga, Rodrigo Santoro, Wagner Moura, Carmem Miranda, ainda que não fosse brasileira, era identificada como tal. Diretores como Hector Babenco, ainda que nascido na Argentina, nacionalizou–se brasileiro, José Padilha, Walter Salles, Fernando Meirelles e os jovens realizadores como Afonso Poyart e Fernando Coimbra, entre tantos outros nomes que representam o Brasil na indústria cinematográfica.
Na história do Oscar várias foram às indicações que colocaram o nome do Brasil entre os selecionados para a premiação, porém era um desses reconhecimentos que nunca chegava, batia na trave, num papo futebolístico, porém eram outras nacionalidades da América do Sul que brilhavam nas premiações. A Argentina com “A História Oficial” (1985) de Luis Puenzo e “O Segredo de seus olhos” (2009) de Juan José Campanella, filmes políticos sobre os difíceis anos da ditadura argentina. O Filme chileno “Mulher Fantástica” (2017) de Sebastião Lelio sobre a difícil vida de uma mulher trans em um país machista e homofóbico. Neste ano, o Brasil conseguiu conquistar o Oscar ao melhor filme estrangeiro com “Ainda estou aqui” de Walter Salles, um filme sobre perda, sobre memória e principalmente sobre a luta de uma mulher que enfrenta as dificuldades da sobrevivência com 5 filhos e estimular essas crianças para vencer o ressentimento e a depressão do desaparecimento do pai pelas forças de repressão em um período conturbado da política brasileira.
Fazendo um pouco de história o Brasil teve diversas indicações que não fazem parte da nossa memória, porém hoje uma indicação ao Oscar implica em aumento de bilheteria e permite maior visibilidade ao cinema Brasileiro. Em 1945, o filme estadunidense “Brazil” , de Joseph Santley, teve a música “Rio de Janeiro” de Ary Barroso como melhor canção original. O premiadíssimo “O Pagador de Promessas” (1962) de Anselmo Duarte foi indicado como melhor filme estrangeiro sem levar o Oscar, porém recebeu a Palma de Ouro em Cannes e em diversos festivais. Para melhor filme estrangeiro podemos incluir diversos filmes como “O Quatrilho” (1995) de Fábio Barreto, “O que é isso Companheiro” (1997) de Bruno Barreto, e “Central do Brasil” (1998) de Walter Salles, onde Fernanda Montenegro foi nominada a melhor Atriz, assim como sua filha em “Ainda estou Aqui”.
Sobre diretores podemos mencionar a Hector Babenco por “O Beijo da Mulher Aranha” (1985) e Fernando Meirelles por “Cidade de Deus” (2002). Porém o Brasil também foi indicado para Melhor Filme de Animação com o belíssimo “O Menino e o Mundo” (2013) de Alê Abreu e Carlos Saldanha por “Ferdinand” (2017). Na categoria de Melhor Documentário de Longa Metragem o filme “El Salvador: Another Vietnam” (1981) de Tetê Vasconcellos, primeira diretora brasileira a ser indicada ao Oscar, O “Sal da Terra” (2014) de Juliano Salgado e “Democracia em Vertigem” (2019) de Petra Costa e Tiago Pavan, na categoria de Melhor Documentário de Curta Metragem temos o filme “Lead me home” (2021) de Pedro Kos e Jonh Shenk e finalmente Melhor Curta Metragem em Live Action “Historia de Futebol” (1998) de Paulo Machline.
Poderíamos acrescentar o filme de coprodução franco-ítalo-brasileira realizado no Rio de Janeiro “Orfeu Negro” (1959) do diretor Marcel Camus que recebeu o Oscar de Melhor Filme internacional. Com música composta por Luiz Bonfá e Antônio Carlos Jobim um romance durante o Carnaval no Rio de Janeiro. Baseado na obra teatral “Orfeu da Conceição” de Vinicius de Morais. Primeiro filme em língua portuguesa a vencer o Oscar e que foi apresentado pela França. Filme premiado com a Palma de Ouro em Cannes, Melhor filme estrangeiro no Globo de Ouro e indicado a melhor filme em língua estrangeira na British Academy of Film and Television Arts (1961).
A conquista do Oscar por “Ainda estou Aqui” enche de orgulho os brasileiros que festejaram a premiação como se fosse uma vitória de campeonato do mundo de futebol, alguns criticando o técnico (Walter Salles) um burguês que desperdiça seu dinheiro com cinema, outros a atacante (Fernanda Torres) que muitos odeiam por seu posicionamento de vida e político, outros criticam a retrospectiva (mais um filme comunista) porém a alegria de conquistar um título que não faz parte dos troféus que o país já conquistou, agora podemos dizer que o Brasil é campeão. O cinema brasileiro conquistou o reconhecimento internacional por suas histórias e pela valorização da memória e não podemos deixar esquecer, em um Alzheimer frenético, as marcas do passado.
Viva o Cinema e o Cineclubismo Brasileiro e Goiano.
Por Francisco Lillo
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